Alguém me perguntou, um dia, porque um dos mais belos monumentos da cidade representavam mulheres, mas não daquelas que tinham títulos, posição, carisma, porque não tem títulos quem anda descalço - excepto no filme 'A Condessa descalça' -, não tem posição social quem vai comprar ou vender ao mercado, porque isso é trabalho das serviçais, não tem carisma quem nem sequer merece ser falado nas colunas sociais, a não ser por situações em que a mulher não é elevada como gostaria... digo eu.
Claro que me veio logo à ideia uma explicação que considero correta, segundo os valores que aprendi a respeitar na mulher... como em todo o ser humano, ao fim e ao cabo: A DIGNIDADE DE VIDA DEMONSTRADA EM CADA DIA!
Que nos mostra aquele belo monumento à mulher de Leiria? Que esta é coquete? Mesmo vivendo a labuta do trabalho do campo, a mulher leiriense jamais deixa de ser coquete... na sua simplicidade; bela... na sua rusticidade; doce... na sua feminilidade e tudo o mais que a mulher dos saraus do Grémio Literário, a elegante das 'soirées' na Assembleia Leiriense ou nos salões de espetáculos citadinos.
Não usa peles de arminho, chinchilas, lontras ou o que seja para se enfeitar, mas não enjeita trazer o porquinho no regaço, tal como a filha pela mão.
A mulher de Leiria está condignamente representada naquele monumento que dá as boas vindas a quem visita o Parque da Cidade, graças à visão artística de um escultor que apenas não conseguiu dar o sopro da vida, como o faria o Criador, e dizer àquelas Mulheres, cinzeladas na pedra: IDE E FAZEI FELIZ O HOMEM QUE VOZ FAÇA JUSTIÇA À SINGELEZA DO GESTO, À BELEZA DE ALMA, À ELEGÂNCIA CULTIVADA NOS GINÁSIOS DOS MILHEIRAIS E TRIGAIS, DOS LEGUMES E DAS BATATAS, DO MELÃO E DO RECO QUE ALIMENTA COM OS PRODUTOS QUE A TERRA LHE DÁ, GENEROSA!